A ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ - PARTE 2
Engenheiros e trabalhadores da Madeira-Mamoré Railway em frente a uma grande Samaúma, na região dos primeiros acampamentos de Porto Velho, em 1908, para derrubá-la. |
>> Continuando com essa cativante história sobre os primórdios da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
A região atravessada pela ferrovia durante o início do século era praticamente inexplorada ainda, pois se é verdade que há cerca de dois séculos os comerciantes desciam os rios para efetuar seu comércio, também era verdade que muito pouco havia sido explorado ou desenvolvido ao longo de suas margens pelos quase 400 Km de rios.
Cachoeira de Teotônio, uma das quase 20 corredeiras que impediam o transporte das navegações, em registro de 1909, por Danna B. Merrill. |
O notável fotógrafo da Ferrovia Madeira-Mamoré ao lado de índios caripunas, nas proximidades do rio Mutum-Praná, registro de 1909. |
Com a construção da ferrovia e conseqüente exploração mais a fundo das matas ao longo do seu traçado, até mesmo para se caçar os animais que constituíam importante complementação alimentar para os debilitados funcionários da ferrovia, novos contatos foram sendo efetuados com tribos indígenas, algumas das quais inclusive ainda desconhecidas pelos brancos na época, muitas das quais mostraram-se francamente hostis, causando estragos e prejuízos materiais e em vidas humanas entre os funcionários e operários encarregados da construção da ferrovia.
Os índios Pacaá-Novos, apesar de menos conhecidos e "famosos" que os Caripunas, entraram em várias lutas contra os construtores da ferrovia, que atravessava seu território, mantendo essa hostilidade até a década de 50. Já os índios Caripunas eram mais conhecidos, mas nem por isso deixaram de fazer grandes estragos entre os trabalhadores da ferrovia, seja atacando as turmas de trabalhadores, seja matando caçadores ou trabalhadores das turmas avançadas, que se afastavam muito dos acampamentos. Eles chegaram a ferir gravemente inclusive altos funcionários das empreiteiras responsáveis pela construção.
>>> Continua...
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